O deputado federal e pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tenta polarizar com o PT para se manter vivo como opção anti-esquerda na corrida eleitoral ao Palácio do Planalto, em 2018. Em entrevista exclusiva ao jornal Tribuna da Bahia ontem, o parlamentar afirmou que irá atuar de maneira diferente dos governos Lula e Dilma. “Você deve fazer negócios com o mundo todo? Sim e com alguns países não, obviamente. Não o fazê-lo pelo viés ideológico, como vimos fazendo o PT desde que chegou ao poder. Agiremos com essa certa liberalidade. Não é liberal 100%, não é assim. Liberalidade sim na economia. Acho que esse perfil tem tudo para começar a dar certo”, disse ao jornal.“Ele não fica de pé na primeira fase de debates”, rebateu o deputado Afonso Florence (PT), um dos petistas mais estridentes da Câmara Federal, à Tribuna. O baiano lembra que, ao ter a vida devassada na campanha, Bolsonaro perderá força no eleitorado. “A trajetória dele na época de militar, inclusive, foi de desrespeito à hierarquia, tentativa de explosão de bomba e tal… Ele ao invés de reivindicar aumento salarial da corporação pelas vias legais, ele queria praticar atos de terrorismo. Acho que a classe média e os seguidores que o apoiam não vão aprovar esse tipo de conduta”, analisa.Florence afirma ainda que o pré-candidato enriqueceu após virar parlamentar: “Ele é acusado de procedimentos, no mínimo, antiéticos. Ele surfa no vazio de uma candidatura de direita séria. Ele não tem uma candidatura séria. Ele faz uma candidatura que preconiza a violência, que a mulher pode merecer ser estuprada, que negros e quilombolas são preguiçosos. Essas afirmações, digamos assim, exóticas e inaceitáveis, só ficam de pé porque ele não foi testado em um debate”. O petista afirma ainda que “ele procura uma referência no PT, porque ele sabe que não tem outro polo”. “O DEM, PSDB e MDB estão derretidos e envoltos em acusações similares as que ele não vai conseguir ultrapassar. Quando começarem a futucar a vida dele e da família, ele não se sustenta. Ele está surfando agora, mas não vai ter sobrevida”, assegura.Afonso Florence, no entanto, prefere não fazer apostas se vai ou não haver segundo turno. “Aí é projeção eleitoral. Vamos ver se o centro consegue colocar um candidato. Porque com candidatos como Alckmin e Meirelles, ele passa a ter chance. Se for Lula, qualquer concorrente perde no primeiro turno. Os nossos advogados dizem que será Lula. Então, acreditamos que nem haverá segundo turno”.